

Conheci Mila Petrillo em 1987, quando ela e Geraldinho Vieira, pai dos meus irmãos, começaram a namorar. Vivíamos em Brasília e Mila era fotógrafa já conhecida na cidade. Ela trabalhava no Correio Braziliense, um dos principais jornais locais, e cobria tudo que era evento cultural. Eu adorava, portanto, quando meus irmãos tinham que visitar o pai e por consequência seríamos “obrigados” a acompanhar ela em um de seus trabalhos. Nessas aventuras que fui pela primeira vez na coxia do Teatro Nacional, onde via bailarinos se arrumando para seus espetáculos e equipes cenotécnicas trabalhando em seus cenários. Conheci muitos artistas com ela e todos sempre a amavam.

Mila Petrillo até hoje é referência em fotografia de espetáculos de dança e teatro e trabalha para as maiores escolas e grupos de dança do país. A fotógrafa contabiliza em seu acervo mais de 400mil arquivos de fotos e reconhece que deve ter muito material que foi perdido pelos 40 anos de carreira.
( Foto para Galpão de Arte )
Além de seu olhar artístico e técnica exímia, Mila esbanja doçura e capacidade de acessar a confiança de quem a conhece. Esse talento parece ter sido sempre de muita valia em seus cliques.
( Foto para Projeto Axé )
A fotógrafa foi uma das principais pessoas a documentar o movimento de projetos sociais brasileiros que em sua maior parte transcorreram entre 1990-2010. Com esse trabalho publicou o livro
Quando a matilda.my me chamou para fazer ilustrações para o mês de abril inspiradas no Dia do Índio, imediatamente lembrei de uma série lindíssima que Mila fez numa viagem ao Xingu nos anos 1980 e resolvi pedir permissão para usá-la nesse trabalho. Talvez tenha sido a primeira vez que eu tenha visto um índio na vida, então as imagens me marcaram profundamente. Além de terem me impressionado muito enquanto criança, impressionaram muita gente mundo afora, e foram usadas em diversas ocasiões públicas importantes, como na última conferência do clima Rio +20, quando foram reproduzidas em um tamanho notável de 10 metros.
( Ilustração sobre foto de Mila Petrillo ) Encontrei Mila pouco tempo atrás e perguntei a ela o que tinha achado de minhas “interferências” em sua obra. Fiquei feliz demais em ouvir muitos elogios dela, que tinha adorado e achado tudo “muito lindo”. Foi bom ouvir isso, mesmo sabendo que não poderia ser diferente; Mila Petrillo é amor.