O artista visual e pesquisador em linguagem fala do potencial do meme como arte e seu uso dentro da publicidade
No começo de agosto, uma notícia chamou a atenção dos insiders de redes sociais: o Instagram anunciou que está em busca de um especialista em memes, alguém que consiga identificar novos formatos e tendências, e que tenha o costume de publicar esse tipo de conteúdo na plataforma. De acordo com as estatísticas do Instagram, memes são compartilhados 7 vezes mais que outros tipos de conteúdos dentro do aplicativo.
Sim, os tempos mudaram. E se você acompanha Aslan Cabral há algum tempo na internet, sabe que essas transformações eram inevitáveis.
Artista visual e pesquisador livre em linguagem, Aslan ficou nacionalmente conhecido após participar da 13ª edição do Big Brother Brasil, um experimento que tem tudo a ver com o seu interesse em comunicação de massa.
Mas seu protagonismo na revolução da linguagem internética aconteceu mesmo com o aprofundamento da pesquisa em memes. Aslan é uma daquelas pessoas viciadas em multiplicar ideias, informações e piadas para sua legião de seguidores.
O poder do viral é tamanho que hoje ele dá cursos sobre produção de memes e o impacto desse formato na maneira como nos comunicamos.
Meme é arte
Mas é na arte que Aslan consegue explorar todo o seu potencial criativo, seja como agitador cultural no Recife, dentro do coletivo Pangeia, seja subvertendo os limites do Instagram como plataforma artística.
“O Instagram é a plataforma que eu mais crio. Tem horas que meu celular começa a fechar sem que eu queira, ele dá um bug, esquenta e desliga. Quando ele desliga é como se eu tivesse zerado um game, sabe? Aí eu penso que eu vou ligar e aparecer um foguinho dizendo ‘my phone needs to cool down'”
Memetização da publicidade
Se até a arte institucional já entendeu que o meme é o futuro, a publicidade não poderia ficar para trás. Não são poucas as propagandas (inclusive políticas) que têm usado os recursos e a estética dos memes para engajar a audiência em suas redes sociais.
Para Aslan, essa apropriação é mais que natural. No entanto, ele acredita que a publicidade precisa se adaptar ao tempo do meme.
A publicidade é devagar, né? Você tem que aprovar etc. O cliente não dá a carta branca para o criador, para a agência. E para entrar uma ideia de meme, tem que dar, sabe? E tem que assumir a responsabilidade se aquilo vai voltar de uma maneira ruim, e ninguém quer essa responsabilidade, só quer colher os frutos, os louros desse engajamento positivo. Se você quiser de fato captar o viral, tem que liberar as rédeas”
No vídeo, ele nos conta mais sobre sua pesquisa em linguagem e o caminho da iconoclastia. Segura esse hiperfluxo: