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matilda — 5 de março de 2018

EDITORIAL: QUEBRA DA IMAGEM CONVENIENTE

“Uma imagem vale mais do que mil palavras”, diz a expressão popular. Jargonices à parte, ninguém tem dúvida da força que as imagens têm nos meios midiáticos. Seja numa propaganda de moda, de beleza, de cerveja ou de tecnologia, elas transmitem ideias, posicionamentos e hábitos, influenciando o comportamento das pessoas.   Quando está desconectada da vida da maioria, essas influências muitas vezes geram conflitos e problemas sociais (nada muito novo até então). Mas imagine viver em um mundo repleto de representações que não dialogam com a sua realidade. Já sentiu isso algum dia? São as pessoas que não se adequam aos modelos ou são as mídias que tapam os olhos para as vivências que compõem o cenário social?   Indo além, se para a maioria já é difícil alcançar os padrões inventados, essa angústia é ainda maior para as minorias sociais.

Não à toa, em nossa época as questões da inclusão e da representatividade têm se tornado alguns dos assuntos mais falados, não só no meio online, mas também nos brainstorms de grandes empresas que querem se reinventar e buscar o novo.   É com esse espírito de questionamento que no mês de março nós da matilda.my desbravamos o tema “Quebra da imagem conveniente”, no qual colocamos em pauta as formas de representação dentro do universo midiático, a partir de diferentes perspectivas.   Começando pelo hypado universo da moda, convidamos o fotógrafo e artista Tatá Guarino para ilustrar essa quebra através de um ensaio fotográfico com gentes comuns do cotidiano, que participaram do nosso projeto GENTES. O resultado dessa experiência plural você vê ao longo do mês em nossas redes sociais, encerrando com uma exposição do artista.   

Este mês, também nos aventuramos por temas tabus, entrevistando um garoto de programa que utiliza a influência digital para divulgar sua estética no meio pornográfico, exemplo de como as mídias sociais podem ser uma ferramenta de construção da própria imagem e espaço de experimentação com o polêmico para as novas gerações.   Na música, aproveitamos o gancho do 08 de março para levantar reflexões sobre a imagem da mulher nos videoclipes, conversando com algumas artistas, diretoras e produtoras musicais, que organizam e participam do Women’s Music Event.

E, para finalizar, conversamos com diversos Performers, agentes transformadores que utilizam o corpo como tela para a arte autoral, duvidando de estereótipos e enfrentando preconceitos através do lúdico.   Quebrar a imagem daquilo (ou daquele) que nos é conveniente, exige ir além da estética. Sob o olhar dessas gentes tão diversas, te convidamos a inconveniência: sejamos todos grandes inconvenientes!