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matilda — 18 de setembro de 2019

Imersão cênica de realização de uma utopia possível

Le Circo de la Drag retorna às suas origens e chega na Matilda para criar e dividir novas experiências

 

4 artistas, Juracy de Oliveira, Mateus Muniz, Léo Paixão e Vanessa Garcia, chegaram na Matilda Casa com uma bagagem cheia. Aqui, eles descarregaram alegria, irreverência, glamour, muito brilho e desafios.

Le Circo de la Drag ocupa a Matilda durante todo o mês de setembro (clique aqui e confira a programação), com a sua performance artística mais irreverente . Então prepare-se para semanas cheinhas de bafón

Às sextas rola exibições do cabaré da trupe, sempre com um convidado divônicx. Aos sábados e domingos é a vez dos experimentos tropicais chamados de DRAGS ET CIRCENCIS, que traçam um olhar minucioso sobre o movimento de vanguarda brasileiro conhecido como TROPICÁLIA.

Com uma sensibilidade à flor da pele, DRAGS ET CIRCENCIS retrata a vivência urbana de jovens cidadãos imersos no mundo fragmentário de notícias, espetáculos, televisão e propaganda. Tudo isso com muitas doses de humor e deboche. 

A residência artística vem com uma proposta inovadora e desafiadora ao mesmo tempo. Os artistas apresentam experiências cênicas criadas durante a residência. São shows, debates e apresentações que vão se moldando conforme a interação com o público.

Eles também contracenam com convidades diferentes a cada espetáculo, e as performances acontecem através de um circuito em 7 cômodos da casa. Ou seja, o público presencia uma nova cena a cada apresentação. 

Esse projeto, fruto da residência, pretende deixar algo de novo para as artes cênicas, uma contribuição inestimável para o teatro. Diante de muito trabalho, pesquisas e colaborações de gentes incríveis, Le Circo de La Drag almeja ousadia. 

 

Assista ao vídeo e conheça mais sobre essa turma incendiária:

 

                                     

 

Le Circo

 

A primeira experiência do Le Circo de La Drag foi em dezembro de 2016, na sala de um apartamento em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Foram quase seis meses de ensaios imersos no universo drag e nos desafios da dublagem. Até que veio “o chamado do Jura” [Juracy de Oliveira] para a ação. Numa espécie de teste, resolveram apresentar para os amigos e ver se daria certo. “O ato de fazer. Fizemos com o que a gente tinha: uma sala, nossos corpos e os objetos que tínhamos”.

 

Em agosto de 2017 veio a estreia no teatro. Realizam duas temporadas seguidas no Rio de Janeiro, rodaram o país e, agora, desembarcam na capital paulista.

 

Le Circo tem uma conexão forte com a música, o que os levou para outros lugares fora do teatro. Já apresentaram o espetáculo para abrir o show da cantora Júlia Vargas, tiveram outras apresentações no Sesc Belenzinho e também em Festivais de Cinema LGBTQ+ em Fortaleza, Goiânia e Rio de Janeiro. Agora em novembro deste ano, já estão se preparando para participarem do Festival de Cinema Queer, em Bruxelas, na Bélgica. 

 

 

A Residência Matilda

 

“Vir para a Matilda é voltar para a origem. Depois de tanto tempo, estar numa imersão, numa acolhida e em um espaço para criar e dividir dentro dessa nova casa”, expõe Leo Paixão.

Le Circo de La Drag tem base em torno da pesquisa da música popular brasileira em paralelo com tudo o que está acontecendo no país. Por outro lado, se propõe a estar em movimento. Os atores criam cenas inéditas sempre quando surge necessidade de inserir um assunto que está reverberando politicamente, ou que pode gerar uma piada. 

“Infelizmente, o nosso país e o mundo nos atualizam vertiginosamente com notícias contundentes a cada dia”.  – Vanessa Garcia

 

“A gente tem muito material para falar na peça, isso deveria ser muito legal, mas é triste. A gente fica querendo dar conta de tudo o que acontece na semana do espetáculo, e às vezes quando chega no dia não dá. Gostaríamos de apresentar só números novos, mas acaba que há a necessidade de continuar no mesmo assunto. A Amazônia, por exemplo, está desde o primeiro espetáculo. E infelizmente ainda não tiramos”. – Juracy de Oliveira

Com a sensação excitante de parecer estar sempre estreando a cada espetáculo, o coletivo, além de inserir cenas novas, contará com a participação de convidades diferentes a cada dia. Também voltarão com mais cenas interativas com a plateia. 

Tudo faz parte de um experimento teatral no qual já conseguem captar a resposta dentro desse processo. A ousadia vem na abordagem de assuntos que tocam e doem na existência do ser humano. Só que transmitem isso com humor, de uma forma que as pessoas riem muito o espetáculo inteiro. 

“Se existe um lugar onde mora a resistência, é na alegria. Porque é assim que a gente pode virar isso. Pode estar tudo horrível, mas a gente vai manifestar em forma de alegria”.