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matilda — 1 de fevereiro de 2019

Espiritualidade contemporânea e a busca por autoconhecimento

A humanidade sempre buscou significado para a sua própria existência por meio do intangível. Procuramos transcender a vida material e alcançar uma conexão maior com o mundo, com o outro e com nós mesmos. Essa busca está frequentemente ligada a uma vivência religiosa, mas é consenso atualmente que religiosidade e espiritualidade são conceitos diferentes, que têm pontos de similaridade e oposição. Enquanto o primeiro está ligado a um sistema de crenças, instituições e dogmas, o segundo diz mais respeito a uma experiência reflexiva e libertadora. Nos meses de janeiro e fevereiro, a Matilda vai investigar o que se entende por uma espiritualidade contemporânea. A sociedade de consumo, fruto do desenvolvimento industrial capitalista, estabeleceu que precisamos adquirir muitos bens e produtos para sermos pessoas mais plenas, felizes e bem sucedidas. No entanto, diversos setores da sociedade têm questionado esses valores baseados no TER. Hoje falamos muito sobre consumo consciente, ir atrás do que realmente gostamos de fazer e sobre o exercício do autoconhecimento. Exercício este que pode nos levar a abrir uma porta para a descoberta pessoal da espiritualidade. Observamos essas mudanças tanto em discursos nas redes sociais e meios de comunicação quanto em hábitos cotidianos. Temas como autocuidado, empatia, fortalecimento emocional e economia solidária entraram em pauta. E atividades como meditação e ioga viraram mandatórias para uma vida mais equilibrada. A busca por religiões que não seguem a doutrina cristã também cresce, afinal, é tempo de olhar para o futuro, mas levando como base a ancestralidade. Nós fomos atrás de personagens que têm muito a dizer sobre tudo isso. A astrologia como meio de nos conhecermos melhor está em alta. Para falar sobre esse aspecto convidamos uma especialista: Tati Lisbon, a astróloga, numeróloga e taróloga conhecida como Papisa nas redes sociais. Ela será nossa GENTES do bimestre junto com Sueide Kintê, que espalha sororidade e autocuidado através do projeto “Mais Amor Entre Nós”. Sueide também é idealizadora do projeto Jornalista Griô, que acontece uma vez por mês na Matilda Casa. No mercado de trabalho, a demanda é por um propósito maior do que pagar as contas no final do mês. E se o publicitário que largou tudo para fazer o que gosta já virou um clichê, Bruno Couto está aí para mostrar que as coisas são muito mais complexas do que parecem. Após um longo processo de espiritualização, o publicitário tem direcionado seu poder de fala para construir uma comunicação mais humana e ligada a causas de impacto social. Ele é o nosso convidado da vez no Fundo Verde. Para ilustrar a temática espiritual, convidamos Renan Soares, artista visual e performer que propõe experimentações envolvendo recriação mitológica e máscaras. Com tudo isso, nosso desejo é que a espiritualidade nos traga mais amor e inclusão em 2019. Seguimos fortes. Ninguém solta a mão de ninguém.