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matilda — 29 de maio de 2019

Elisa Riemer: xoxota, amor e ativismo

‘Artivista’ conta como estabeleceu conexões com o sagrado, o profano e o feminino fazendo arte

Assumir a alcunha de artista não é fácil. Se assumir artista fora de um grande centro, onde a arte não tem tanto espaço e reconhecimento, pode ser ainda mais complicado. Se além disso você ainda é mulher e lésbica, putz!

Enquanto descobria seu lugar no mundo, Elisa Riemer deve ter colecionado motivos para não sair de sua concha e anunciar aos quatro cantos, “olá, sou artista, vejam o que sei fazer”.

Terceira de cinco filhos (a do meio!), todos cria de mãe solteira, Riemer cresceu numa casa cheia de mulheres (seu irmão era o único falo), mas gostava mesmo da liberdade que os moleques gozam. Quando começou a sacar o cenário à sua volta, entendeu que o espaço dado ao gênero feminino era diferente do que ela buscava e se enfureceu.

O forte sentimento contra as desigualdades a levou para o ativismo. Usava as horas vagas trabalhando como diretora de arte para criar cartazes de protestos políticos e movimentos sociais. Se tornou conhecida em Maringá, no Paraná, por essa atividade e depois no resto do país ao usar o cartão postal da cidade, sua catedral, na arte de divulgação da primeira parada do orgulho LGBTQI+ local.

Foi ouvindo das pessoas que era, sim, artista que Elisa se convenceu do valor de sua produção. Aos poucos, a arte transmutou as chamas daquela raiva inicial em potência criativa. Por meio de suas fotomontagens e colagens, Riemer se reconectou ao feminino que muitas vezes negara e encontrou um caminho. Hoje, sua obra compreende um universo íntimo e ao mesmo tempo cósmico, onde as mulheres são representadas em toda a plenitude de ser Yin.

Antes de organizar sua exposição Antiéden na Matilda Casa, batemos um papo com nossa nova Ilustre. Confira como foi esse encontro no vídeo a seguir e não deixe de acompanhar a divulgação das obras da Elisa nas nossas redes.